Vejo essas feiras
de casamento anuais, que trazem sempre grandes novidades, e tem de tudo, tudo
mesmo!
Vejo casamentos que
são milimetricamente planejados, onde tudo é tão certinho, tão ensaiado.
Pessoas alugam
roupas, pagam preços irreais em salão de beleza, usam sapatos apertados, que
deixam a mostra os band-aids, ensaiam, vão pra praia tirar fotos para serem
exibidas na festa.
Cuidam de cada
detalhe: a pétala de rosa que a daminha vai jogar nos noivos, a música da
entrada do cachorro que vem carregando as alianças, a sandália de borracha que
será distribuída na festa com os nomes dos noivos gravados, os bombons
personalizados com a caricatura dos noivos, o carro antigo alugado para levar a
noiva para a igreja, o prendedor de cabelo com penas de ave rara e straz, o
nome das amigas na sola do sapato da noiva, e por aí vai.
A cerimônia em si
dura em média 40 minutos, a festa tende a varar a noite.
E depois...
Enfim sós!
E agora?
Passaram um ano ou
mais planejando tudo, escolhendo os móveis da casa, a decoração da igreja, o
recheio do bolo, que pouco conversaram, pouco se olharam, apesar de se falarem
o tempo todo.
E agora que estão
sozinhos, com o vazio pós festa e a rotina do dia-a-dia, agora que sabem o
significado do juntos para sempre, agora que um tem o outro bem a frente, a
realidade da vida pergunta todos os dias e o tempo todo: e agora?
Por um tempo os
amigos virão visitar, e jogos de cartas, cervejas e risadas preencherão o
silêncio do novo apartamento. Depois, quem sabe um chorinho de gente nova faça
eco dentro desse universo. Mas, naquele domingo, onde nem a programação da TV
colabora, onde não se tem nada pra fazer, os amigos estão ocupados sendo
felizes na vida de solteiro, e dentro de casa estão uma mulher cansada,
descabelada, com a camisa manchada de água sanitária, a unha por fazer, a
sobrancelha por tirar, a depilação vencida, a dieta esquecida, e um cara
barrigudo, com bafo de cerveja, cansado, chateado com o patrão, preocupado com
as contas que vão, com certeza, ultrapassar o valor do salário, o time de
futebol que caiu pra segunda divisão, nesse domingão onde só resta um casal
normal, o que fazer? O que sentir? O que pensar?
Nessa hora, ao
olhar fundo nos olhos da pessoa com quem se casou, pra quem se prometeu amor e
fidelidade em qualquer situação, o que vem à mente, o que salta aos olhos, o
que vem ao coração é:
EU TE AMO! COMO
VOCE É!
AMO PORQUE SEM VOCE MINHA VIDA NÃO FARIA SENTIDO.
AMO PORQUE VOCE É
TUDO PRA MIM.
EU AMO VOCE!!!
CASA COMIGO DE
NOVO?
Encerrando as
postagens do mês das noivas, deixo de mensagem uma historinha que ouvi no meu
cursinho de noivos:
“Uma senhora muito
nobre de uma cidadezinha do interior, dizia a uma amiga:
Minha filha casou
muito bem! Está feliz e vive uma vida de princesa ao lado do marido.
Ele faz de tudo pra
ela: lava, passa, aprendeu até a cozinhar! Cuida de tudo pra que ela não se
canse. O tempo todo atrás dela fazendo-lhe as vontades. E os presentes? Cobre
minha menina de presentes, faz questão de agradar.
Já meu filho, esse
coitado, não deu muita sorte!
Casou com uma
fulaninha que só explora o pobre!
Faz ele lavar,
passar, ele teve até que aprender a cozinhar, só pra ela não ficar cansada,
pode? Ele passa o tempo todo fazendo as vontades dela e ainda tem que pagar a
conta dos presentes que dá pra ela, pra agradar. Morro de pena dele... "